MIRA-ME

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Lucy Mahon, artist and illustrator


Even before the sale went through, without any guarantee that the house would be ours, Martin gave me a gift. As I unwrapped it, I came across a framed illustration of a victorian terrace. Our home. Sometimes the best way to project the future is to draw it. It was the talented Lucy who, with a pen, printed the contours of our dream onto paper. Two floors, hexagonal windows, the so-called bay windows, exposed brick, three chimneys and a television antenna, no longer with a purpose, left on the roof.

Ainda antes de assinada a escritura, sem qualquer garantia de que a casa viria a ser realmente nossa, o Martin ofereceu-me um presente. Ao desembrulhá-lo deparei-me com a ilustração de uma casa. A nossa casa. Às vezes a melhor forma de projectar o futuro é desenhá-lo. Foi a Lucy quem através de uma caneta imprimiu em papel as arestas do nosso sonho. Dois andares, janelas hexagonais, as chamadas bay windows, tijolo descoberto, três chaminés e uma antena de televisão já sem propósito abandonada no telhado.



For a long time, Lucy combined working in the advertising industry with creating her art, accepting commissions from time to time to illustrate buildings. Her simple and minimalist line has already sketched hundreds of houses, shops, hotels and monuments. Perhaps it was when she realised that it was time for her to chart her own path that she decided to leave her 9 to 5 (or , sometimes, to midnight) job and get hold of her pencils, crayons and pens. With this decision, Lucy, who for years was a colleague of Martin's, reminds us that, unlike in a drawing, you can't edit life with an eraser. You can't go back in time, life is too short for us not to do what we truly love. As the famous American musician, Marc Anthony, once said: "if you do what you love you will never work one day in your life".

Durante muito tempo a Lucy conjugou o trabalho em publicidade com a sua arte, aceitando de vez em vez comissões para ilustrar edifícios. O seu traço simples e minimalista já deu forma a centenas de casas, lojas, hotéis e monumentos. Talvez tenha sido quando se apercebeu de que estava na hora de ser ela a traçar o seu caminho que decidiu deixar o trabalho das 9 às 5 (ou, às vezes, até à meia-noite) para se agarrar aos lápis, pastéis e canetas. Com esta decisão a Lucy, que durante anos foi colega do Martin, relembra-nos de que, ao contrário de num desenho, a vida não se apaga com borracha. De que o nosso tempo é curto de mais para não fazermos aquilo de que gostamos. Já dizia o famoso músico americano, Marc Anthony: “se fizeres o que amas nunca trabalharás um dia na tua vida”. 



It is in the kitchen, facing two noble sash windows, that Lucy draws. On the day I went to visit, the white walls of her flat where the sunlight reverberates and almost blinds, were covered in her most recent works. Pastel drawings where the artist reproduces phrases and elements that have inspired her on that day: wildflowers, the sky, or even whatever dish she had for lunch.

É na cozinha, de frente para duas janelas nobres e lustres, que a Lucy desenha. No dia em que a fui visitar, estavam expostos nas paredes brancas do seu apartamento onde a luz do sol reverbera e quase que cega, os seus mais recentes trabalhados. Desenhos a pastel onde a artista reproduz frases e elementos que a tenham inspirado naquele dia: flores selvagens, o céu ou até o prato que comeu ao almoço.



I believe that, through these works, Lucy fulfils the biggest mission of all: looking at the simplest things in life with gratitude. Unlike her pen drawings, these exhibit an explosion of colours and a carefree, somewhat childlike streak that I love. Perhaps, in this loose way of painting and use of pastels lives a metaphor for this new way of life where, finally, there is space to smudge, improvise and colour.

Julgo que, através destas obras, a Lucy cumpre a maior missão de todas: olhar para as coisas mais simples da vida com gratidão. Ao contrário dos desenhos a caneta, estes exibem uma explosão de cores, um traço despreocupado, livre, e um tanto ou quanto infantil que eu adoro! Talvez neste estilo mais solto e no uso dos pastéis esteja a metáfora para este seu novo de estilo de vida onde, finalmente, há espaço para borrar, improvisar e colorir. 



Lucy's drawing of our house now lives inside it. Her pieces are the perfect gift for someone special. We recently commissioned her to create an original piece to offer to our friend Chloe on her thirtieth birthday. Here's her website if you are interested in getting in touch with Lucy and, perhaps, acquire one of her works.

Passado um ano, o desenho que a Lucy fez da nossa casa mora agora dentro da mesma. As suas peças são o presente perfeito para alguém especial. Recentemente comissionámo-la para criar uma peça original para oferecer à nossa amiga Chloe no seu trigésimo aniversário. Deixo aqui o seu website caso tenham interesse em entrar em contacto com a Lucy e, quiçá, obter uma das suas obras. 


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