Book Club - "Everything I know about love"
Lately I find a lot of pleasure in reading memoirs. Of the ones I've read recently I especially liked "Abandon Me" by Melissa Febos, "The Year of Magical Thinking" and "Blue Nights" both written by Joan Didion and, of course, "Everything I Know About Love" written by the acclaimed journalist Dolly Alderton...I like memoirs because I feel that somehow this way I get to know the author intimately even though we have never met in person. I've selected “Everything I Know About Love" for this post because this book made me feel at home.
Maybe it's because I was born around the same time as the author, or because we both live in London that I found in Alderton's words so much truth. Throughout her book I felt that I was having a conversation with my best friend. Her writing does not go in circles, it points directly to the heart; It's her honesty that glues us to the page.
In "Everything I Know About Love" Dolly grabbed me gently by the hand and sat me in the front row to watch the movie of her life. The guiding thread of her work, and, well, of her life I guess, is love. It's so funny to read a book and find myself nodding along in agreement to what's on the page, as if sometimes I'm reading my story too. But even during the passages to which I don't relate, I somehow felt that we speak the same language.
Reading Dolly Alderton is like having a conversation without ever breaking eye contact, Dolly doesn't give you the opportunity to look away even when she approaches more obscure topics, whether they are her eating disorder, parties where things went a litlle too far or the death of her best friend's sister to whom this book is dedicated.
It's this honesty with which she writes that makes the reader feel so respected and available to be vulnerable. Thus it doesn't surprise me that I found myself both laughing out loud and wiping tears discreetly when reading in public (Thanks Dolly!). I don't know if this book will have this effect on all readers, but just like the author I live in all my relationships intensely therefore this reading was a hell of an emotional roller coaster.
For a book written in the first person, that is not necessarily full of cliff hangers I was surprised by how gripping it was. For readers born in the late eighties, beginning of the nineties, “Everything I know about Love” will become even more relevant as the author makes a lot of cultural references which will be funny for anyone belonging to this generation. I laughed relentlessly when Dolly described her family vacation in which she spent most of her time in the hotel's computer room typing on MSN. This exact passage took my mind to a skiing trip in which whenever I had an opportunity I ran away from my parents to talk to Simão, a boy who went to my school who I was completely in love with but to whom I only spoke online, never in person! It's interesting to go back in time, analyze these moments with the eyes of an adult and to realize how ridiculous the whole thing was. Yet, at the same time, still have access to a clear memory of how those feelings felt and to know that it was a valid form of love.
"Everything I Know About Love" points the finger back at you and makes you relive everything that your heart has already experienced. From deep moments of intimacy that you once wanted to prolong but which were, after all, only instants of neediness; to the episodes in which someone has hurt you more than they can ever imagine and demolished your innocence forever; to the typical metamorphoses of the journey between adolescence and adult life; or even to the friendships that have been diluted for the sake of relationships...Dolly opens the doors of her world, one by one, and obliges us to open ours as well, showing us that, after all, there is some form of love in all the rooms of our life.
I was unaware of Dolly Alderton's work until I laid hands on this book. The good news is that Dolly has a lot more material, including two podcasts and dozens and dozens of journalistic works! You can not imagine the relief that was finding out that there is so much more of Dolly out there!
Utilmente tenho-me deliciado com memoirs, dos que li recentemente gostei especialmente do “Abandon me” de Melissa Febos, do “The Year of magical thinking” e do “Blue Nights” ambos escritos por Joan Didion e, claro, “Everything I know about Love” escrito pela aclamada jornalista Dolly Alderton...Gosto de memoirs porque sinto que de algum modo fico a conhecer o autor de forma íntima ainda que nunca nos tenhamos relacionado pessoalmente. Seleccionei o “Everything I know about Love” para o book club porque me senti em casa durante esta leitura.
Talvez seja por ter nascido na mesma época que a autora, ou por vivermos ambas em Londres que me tenha encontrado nas palavras de Alderton tanta verdade. Ao longo da sua obra senti que estava a ter uma conversa com a minha melhor amiga, porque na forma como escreve não anda às voltas, aponta directamente ao coração! É a sua honestidade que nos prende à página.
Em “Everything I know about love” Dolly agarrou-me gentilmente na mão e sentou-me na primeira fila para assistir ao filme da sua vida. O fio condutor desta obra, e, bem, da vida julgo eu, é o amor. É tão curioso ler um livro e dar por mim mesma a abanar a cabeça de acordo com o que está na página, como se por vezes aquela fosse a minha história também. Mas mesmo durante as passagens em cujas as situações descritas não me revejo, de alguma forma senti que falamos a mesma língua.
Ler Dolly Alderton é como ter uma conversa olhos nos olhos, sem nunca ter a oportunidade de desviar o olhar mesmo quando Dolly aborda temáticas mais obscuras, sejam elas o seu distúrbio alimentar, as festas onde as coisas foram longe de mais ou a morte da irmã da sua melhor amiga a quem esta obra é dedicada.
É essa honestidade com que escreve que faz o leitor sentir-se tão respeitado e simultaneamente vulnerável. Portanto não é de espantar que várias vezes durante esta viajem tenha dado por mim tanto a rir à gargalhada como a limpar as lágrimas discretamente em quando lia em público (Thanks Dolly!). Não sei se este livro terá este efeito em todos os leitores, mas para mim que, tal como a autora, vivo intensamente todas as minhas relações esta foi definitivamente uma leitura intensa.
Para um livro escrito na primeira pessoa que não é propriamente uma narrativa de suspense é incrível o quão viciante se torna. A obra terá ainda mais relevância se o leitor tiver nascido no final dos anos oitenta início dos anos noventa, uma vez que a autora menciona uma série de referências culturais comuns a toda essa geração. Ri-me desalmadamente quando a Dolly descreveu a altura em que foi de férias com os pais e passou a maior parte do tempo na sala de informática do hotel a teclar através do MSN. Esse exacto momento levou-me para umas férias na neve, nas quais sempre que tinha uma oportunidade fugia dos meus pais para falar com o Simão, um rapaz que andava na minha escola por quem na altura estava completamente apaixonada mas a quem só dirigia a palavra online, nunca em pessoa. É curioso voltas atrás no tempo, analisar esses momentos com olhos de adulta e aperceber-me do ridículo da situação. Ainda assim consigo ter acesso à memória de como esses sentimentos se faziam sentir e com toda a certeza confirmar que aquela era uma forma válida de amor.
“Everything I Know About Love” aponta-te o dedo e faz-te reviver tudo aquilo que o teu coração já experienciou. Desde profundos momentos de intimidade que em tempos desejaste que se prolongassem mas que afinal não passaram de instantes de carência; aos episódios em que alguém te magoou mais do que alguma vez possa imaginar demolindo eternamente a tua inocência; às metamorfoses típicas do percurso entre a adolescência e a vida adulta; ou até mesmo até as amizades que se diluiriam em prol de relações...Dolly abre-nos as portas do seu mundo, uma por uma, e obriga-nos a abrir as nossas também, mostrando-nos que há algum tipo de amor em todas as divisões que temos em nós.
Desconhecia o trabalho de Dolly Alderton até este livro me ter vindo parar às mãos. A boa notícia é que a Dolly tem muito mais material, incluindo dois podcasts e dezenas e dezenas de trabalho jornalístico! Não imaginam o alivio que foi descobrir que há muito mais Dolly por aí :)
If you had the opportunity to read this book, I would love to know the impact it had on you. If you haven't read it, well than I strongly recommend it.
At the end of this month we will return to fiction, we'll talk about Pachinko, a book I really enjoyed reading. A complex story with lots of ramifications that accompanies a Korean family thought out several generations. What makes a book a magical object is the possibility of traveling in time and space and as far as I know there aren't many books out there that focus on this part of the world, that's why I found it so fascinating. Anyway, speak soon and happy readings!
Se tiveste a oportunidade de ler este livro adoraria saber o impacto que teve em ti. Caso não o tenhas lido aconselho-to vivamente. Com frequência pedem-me sugestões de livros em Inglês de leitura fácil e este é um bom exemplo.
No final do mês voltaremos à ficção, falaremos de Pachinko um livro que me agarrou logo na primeira página. Um história complexa e cheia de ramificações que acompanha uma família coreana durante várias gerações. O que faz de um livro um objecto mágico é a possibilidade de viajar no tempo e no espaço. É por não se falar muito desta parte do mundo em literatura que achei esta obra tão fascinante. Até breve e boas leituras!
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